O distrito de Monapo, na província de Nampula, vai exportar nos próximos tempos perto de 500 toneladas de fibra de sisal para os mercados da Europa e Ásia.
Não foram avançados os montantes a arrecadar, contudo, acredita-se que a retomada desta actividade, depois de muitos anos de paralisação, vai ter um impacto considerável nas receitas do Estado.
O director do Serviço Distrital das Actividades Económicas em Monapo, Mendes Tomo, que deu a informação à nossa Reportagem, disse que para o efeito o distrito conta com um total de 13 mil hectares de sisal, distribuídos em três grandes plantações situadas, concretamente, nas zonas de Ramiane, Mecuco e Jagaia.
O nosso entrevistado destacou a contribuição da cultura de sisal, calculada em dois por cento, para o crescimento do PIB do distrito, sendo a razão principal por que o executivo local continua a apostar nesta cultura de rendimento.
A aposta, segundo aquele responsável, caracteriza-se pelo aumento do plantio do sisal nas áreas de fomento. E é no âmbito da materialização dos programas de fomento da cultura que, no presente ano, foram trabalhados 300 hectares, o que permitirá o aumento do volume de produção e processamento nas próximas campanhas.
Ainda este ano foram lavrados em Monapo mais de dois mil hectares que estão à espera do plantio de sisal. Para o próximo, o distrito planificou lavrar igual número de hectares nos postos administrativos de Netia e Itoculo.
A província de Nampula é a única no país, que pratica a cultura em regime comercial, que para além de assegurar receitas fiscais para os cofres do Estado, também dá oportunidades de emprego a muitos moçambicanos nas fábricas do processamento existentes nos distritos onde decorre o fomento, nomeadamente Angoche, Monapo e Moma.
A cultura de sisal foi relançada na província em 2014, depois de ter conhecido um momento de letargia, por vários motivos, um dos quais a guerra de dezasseis anos, para além de não existirem antes, pessoas ou empresas interessadas e apetência na sua produção.
As autoridades governamentais dizem estar satisfeitas pelo facto de o cultivo de sisal na província de Nampula, que conta com o envolvimento das comunidades, estar a decorrer, simultaneamente, com a produção de culturas alimentares para a garantia da segurança alimentar e nutricional.
De referir que as competências para o fomento e produção da cultura de sisal já foram delegadas pelo Governo ao Instituto do Algodão de Moçambique (IAM), no âmbito da estratégia relativa do subsector algodoeiro e integração de outras culturas com fins têxteis.
A fibra de sisal é usada na produção de medicamentos, tapetes decorativos, adubo orgânico, ração animal, biofertilizantes, cordas de vária utilidade, sacarias entre outros materiais.
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