PRODUTORES da castanha de caju no distrito de Pebane na província da Zambézia estão a melhorar as suas condições de vida

PRODUTORES da castanha de caju no distrito de Pebane na província da Zambézia estão a melhorar as suas condições de vida, como corolário dos rendimentos decorrentes da comercialização de caju.
Este facto foi testemunhado por uma equipa que esteve há dias na localidade de Malema, onde visualizaram que muitos produtores de caju estão a sair da pobreza, a avaliar pelo nível de construção de casas melhoradas, motorizadas, geradores eléctricos, painéis solares, parabólicas e eletrodomésticos, entre outros bens adquiridos pelo dinheiro resultante da venda da castanha.
Joaquim Sozinho, 47 anos de idade, casado e pai de oito filhos, tem neste momento 889 cajueiros no seu pomar. Está a produzir caju há quatro anos e afirmou que as duas últimas campanhas foram cruciais para si, porque ganhou dinheiro que lhe permitiu construir uma casa do tipo quatro, comprar uma motorizada, painel solar e usar o dinheiro para alargar a área das machambas de milho e amendoim.
Sozinho explicou que nesta campanha de comercialização, prestes a terminar, conseguiu colher mais de 2.715 quilogramas vendido a preço de 67 meticais por quilograma, o que lhe permitiu um encaixe de 200 mil meticais. Com os rendimentos de caju conseguiu ainda formar com sucesso um dos seus filhos e os outros estão a terminar o nível médio.
Em conversa com a nossa Reportagem, Joaquim Sozinho disse que começou com 100 cajueiros há quatro anos e foi aumentando de área. O seu próximo desfio passa pela aquisição de uma viatura de duas toneladas, porque, para além e continuar a produzir, pretende agora comprar para depois vender.
“ O meu primeiro filho já é professor: fora dos bens que estão a conseguir pouco a pouco, o professor foi formado com o dinheiro de caju”, disse aconselhando outros produtores para abraçarem com seriedade a produção e comercialização, porque dá dinheiro.
Outro produtor abordado pela nossa Reportagem em Malema é Ibraimo Augusto. Tem uma casa construída, um painel solar e antena parabólica. “ Hoje estou mais próximo do mundo, porque acompanho tudo o que acontece no mundo através da TV”, disse.
Contou que tem 350 cajueiros que produziram este ano 1.150 quilograma. Uma parte da produção foi comercializada, outra para o consumo e sementeira.
Segundo suas palavras, quando o maneio e a monitória são bem-feitos, cada cajueiro pode dar 50 quilogramas, e como o preço desta campanha foi bom, ganhou perto de 80 mil meticais.
“ Os meus vizinhos assistem notícias da TV aqui na minha casa”, disse bastante vaidoso.
O produtor mais jovem tem 34 anos de idade. Chama-se Alberto José, casado e pai de seis filhos.
Tem uma casa melhorada com os respectivos anexos. Com os rendimentos da comercialização da castanha de caju esta a construir e aumentou as suas machambas de amendoim e milho, dois produtos de bandeira para o distrito de Pebane.
Contou que a sua produção cresce de campanha para campanha. Segundo as suas palavras, no primeiro ano conseguiu apenas uma tonelada e no segundo duas. Na campanha que está a terminar conseguiu 2.700 toneladas de castanhas, que depois de comercializar obteve de renda mais de 180 mil meticais.
“No maneio das plantas, trabalhou com outras pessoas a quem pagou dez meticais por cajueiro, depois da poda e tratamento”, disse, afirmando que o outro sonho é construir uma banca de duas toneladas para transportar produtos para abastecer a região.
O segredo na produção de caju é a persistência no tratamento das plantas, bem como evitar as queimadas descontroladas porque têm sido maior constrangimento para a produção.
Malema é uma localidade do distrito de Pebane. Tem tudo para prosperar, nomeadamente materiais para a construção de casas, recursos florestais e outros. Pequenos investimentos por cada produtor podem melhorar as suas condições de vida e despedir-se da pobreza.
Outro interveniente na comercialização da castanha é Abbis Uddin, homem de negócios de origem asiática em Pebane, tendo confidenciado que o produto dequela zona tem qualidade capaz de concorrer com a produção de outros países.
Está posicionado no cruzamento de Magiga. Conta com dez trabalhadores que, não só fazem a selecção da maior castanha, como também vão ao encontro dos produtos para a compra da castanha.
O nosso entrevistado diz que na presente campanha já comprou junto dos produtores mais de 100 toneladas já armazenadas prontas para serem transportadas para Nampula e Nacala.
Segundo Abbis Uddin, Nampula e Nacala são bons mercados para vender a castanha, porque têm comerciantes muito fortes que depois de comprar exportam- na para vários países asiáticos.
Aquele comerciante considera que a castanha cria também empregos durante a comercialização, não só para indivíduos envolvidos na comercialização, como também para os locais.” Todos ganham alguma coisa, produtores, comerciantes e tarifeiros, o mais importante é um negócio que a castanha é um negócio que dá dinheiro para todos os envolvidos”, disse o nosso entrevistado, para quem os compradores são empresas asiáticas.

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