VERIFICAR até que ponto as variedades de milho respondem ás várias dotações dos níveis de água é o principal objectivo de uma investigação levada a cabo por técnicos da Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal da Universidade Eduardo Mondlane (UEM).
Trata-se de 15 variedades de milho colocadas num campo equipado com aspersores, que fazem a distribuição da água, submetendo as plantas a diferentes condições de humidade.
Segundo explicou o investigador Alfredo Nhantumbo, que está a coordenar a equipa que desenvolve o estudo, o objectivo é verificar a partir de que quantidade a água pode começar a ser prejudicial para o desenvolvimento do milho.
Entretanto, decorrem também avaliações relacionadas com outros parâmetros, como a altura das plantas ao longo do ciclo, fases fenológicas e a medição da quantidade da água no solo.
O estudo denominado Avaliação da Eficiência de Uso da Água de 15 Variedades de Milho está a ser desenvolvido por técnicos da Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal da UEM (FAEF) em parceria com o Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM).
A investigação publicada na página da internet da UEM está a decorrer no Centro de Desenvolvimento Agrário de Sabié (CEDAS), no distrito de Moamba, e no distrito de Chókwé, província de Gaza, cujos solos foram previamente estudados.
“O que nós vamos fazer no fim é cruzar os resultados e vermos qual é o padrão de comportamento das variedades de Chókwé e de Sabié”, frisou a fonte.
Segundo explicou o investigador Sebastião Famba, no terreno, o trabalho consiste no acompanhamento das plantas desde a sementeira, germinação, crescimento e tempo de floração.
No fim, vai proceder-se á avaliação, tendo em conta as condições de boa humanidade (perto dos aspersores) e nas condições de sequeiro( longe dos aspersores).
Nas actividades do dia de campo realizadas no Centro de Desenvolvimento Agrário de Sabié, os agricultores mostraram-se satisfeitos com a iniciativa, uma vez que lhes permitiu fazer uma análise e pré-selecção das variedades, que podem demonstrar melhor desempenho nas suas machambas.
Assim, para os agricultores do posto administrativo de Sabié, as variedades T9, T4 E T7 apresentaram características satisfactórias pelo seu crescimento, cor das flores, tamanho da maçaroca, entre outros factores. Por sua vez, os produtores do distrito de Chókwé preferiram as variedades T4, T8 e T13.
Entretanto, os técnicos que estão a efectuar o estudo advertem que as plantas de milho ainda se encontram na fase vegetativa, pelo que as expectativas dos agricultores podem ficar defraudadas na fase da colheita.
Outro técnico que integra a equipa de investigadores, Joaquim Bucuane, afirmou que a variedade, T4 preferida pelos dois grupos de agricultores, é a melhor em termos de tamanho, é resistente ao ataque de pragas e garante uma boa produção.
“Nesta fase estamos a ensaiar aqui na estação, depois se seguem ensaios no campo dos agricultores com as variedades pré- selecionadas. Das três escolhidas pelos camponeses, vamos verificar qual delas se comporta bem nas machambas dos produtores”, explicou.
Espera-se que a colheita aconteça entre finais de janeiro e início de Fevereiro do próximo ano. Nessa altura, os agricultores voltarão a ser convocados para verificação dos rendimentos.
Nós temos o registo da primeira vez que vieram e desta vez também registamos. É possível que as variedades que eles consideraram serem as melhores agora, na fase vegetativa, não mostrem bom desempenho na colheita”, concluiu.