Chuvas devolvem esperança aos produtores

A CHUVA que tem vindo a cair devolve a esperança dos camponeses, particularmente dos distritos da província de Gaza, depois que perderam cerca de 70mil hectares de culturas diversas, na sequência da estiagem que, durante os meses de Dezembro e Janeiro último afectou severamente a região.
Embora ainda não se possa falar da tranquilidade em relação aos resultados da segunda época agrícola, os factos mostram que foi possível recuperar algumas áreas de milho nas zonas que eram consideradas críticas entre os finais do ano passado e princípios do presente, período em que se observou escassez de chuvas, uma situação que obrigou as autoridades provinciais do sector de Agricultura e Segurança Alimentar a redobrarem esforços no sentido de encontrarem alguma alternativa.
Neste exercício, de acordo com Ernesto Paulino, director provincial do pelouro, estão em construção represas nos distritos de Mabalane, Guijá, Chicualacuala e Massangena, sendo que três delas estão cheias, com cerca de 30 mil metros cúbicos de água cada uma.
“Isto garante que se tenha água para a irrigação dos campos por um período de sete a oito meses, mesmo não chovendo”, disse Ernesto Paulino, garantindo que as outras antigas represas têm uma quantidade de água razoável, mesmo não estando completamente cheias, esperando-se que ganhem mais água nos próximos tempos e, desta forma, se minimize o impacto de estiagem.
O total de represas, na província de Gaza, passou de 18 para 22 e a zona de Zinhane, que até inspirou o nome de furo multifuncional, constituia grande satisfação, pois está em construção um reservatório escavado com capacidade para 15 mil metros cúbicos.
“É lá onde bebi a primeira água suja e hoje estamos a falar do equivalente a 15 milhões de litros de água”, congratula-se Paulino.
Os distritos que mais precisavam de chuvas são as do norte da província, concretamente de Chókwè (no interior), Massingir, Guijá, Mabalane e Chigubo, em razão de ser regiões sem regadios. Em relação à Massangena a situação não se mostrou severa, pois recebe influência das chuvas que caem em Machaze e que acabam irrigando um pouco aquela zona.
Durante o período em referência, o próprio rio Limpopo não tinha água e, por isso, em termos de alerta, poderá haver alguns focos nas zonas distantes do litoral, uma vez que se perdeu uma área de 71 mil hectares, na primeira época, com culturas diversas, como milho e feijão nhemba.
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Jornal Notícias, Segunda-Feira, 05 de Março 2018

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