Chókwè ensaia produção de cana-de-açúcar

A Hidráulica de Chókwè (HICEP), na província de Gaza, tenciona introduzir a produção da cana-de-açúcar na próxima temporada agrícola, para tornar aquela empresa pública mais rentável.
A referida actividade, de acordo com Soares Xerinda, Presidente do Conselho da HICEP, vinha sendo projectada há vários anos, existindo neste momento uma janela única de oportunidade, face à situação actual do país.
O projecto vai ocupar uma área de dois mil hectares, dos quais mil serão explorados pela HICEP, nas áreas de expansão e durante a época fresca da campanha 2018/19. A iniciativa inclui a exploração de uma área de 200 hectares para a produção de cana de semente.
Os restantes mil hectares serão entregues à zona não abrangida pelo projecto de reabilitação do regadio, privilegiando-se, a curto e médio prazos, futuras áreas de expansão.
A iniciativa, na óptica do PCA da HICEP, vai contribuir sobremaneira para a recuperação dos créditos vencidos dos produtores nas campanhas agrícolas anteriores, em consequência das cheias de 2013 e seca de 2016.
“Contudo, importa esclarecer que os produtores envolvidos na produção de cana deverão continuar a produzir culturas alimentares de consumo directo, designadamente, hortícolas, leguminosas, cereais, entre outras”, disse Xerinda.
Sabe-se ainda que o sucesso do projecto passa, necessariamente, por se dotar as áreas seleccionadas para aquela produção de boa capacidade de rega e drenagem.
A produção de cana irá decorrer na região de Nwachicoloane, tendo como mercado garantido a Açucareira de Xinavane, na província de Maputo.
Segundo explicações prestadas por Soares Xerinda, espera-se como impacto uma maior contribuição na sustentabilidade do sistema de produção, com a recuperação de dívidas dos agricultores avaliadas em mais de 150 milhões de meticais (cerca de 2,5 milhões de dólares ao câmbio corrente), valor que será aplicado para acelerar a adopção de tecnologias melhoradas para a produção de hortícolas e arroz, culturas com rendimentos e lucros mais altos.
O interlocutor assegura ainda que a iniciativa terá igualmente reflexos positivos na obtenção de receitas pela HICEP e, consequentemente, uma maior sustentabilidade da empresa. Isso vai permitir à empresa investir na aquisição de maquinaria, para a manutenção do regadio e melhorar a prestação do serviço de água.
“Neste projecto, a HICEP planeia produzir cana em mil hectares e os produtores noutros mil. Está igualmente acordado que os produtores endividados serão descontados o correspondente a 25 por cento da margem líquida para a amortização das dívidas antigas. Importa referir que a margem líquida da cana é estimada em 80 mil meticais por hectare”, disse Xerinda.
Sabe-se ainda que o impacto da referida intervenção poderá se verificar em 100 por cento a partir da campanha 2021/2022, e que a HICEP está a liderar negociações com a banca para o financiamento do referido projecto.

(Notícias/AIM)

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