O BANCO Africano de Desenvolvimento (BAD) manifestou interesse de investir 28 milhões de dólares norte-americanos na recuperação dos efeitos da seca na agricultura no país.
Ontem, o Governo moçambicano e o BAD assinaram o acordo que formaliza a intenção, o qual prevê a implementação de dois projectos complementares, sendo um de Apoio ao Desenvolvimento de Habilidades para a Agricultura e Indústria e o outro de Recuperação da Seca e Resiliência Agrícola, avaliados em 14 milhões de dólares cada.
Pelo Governo moçambicano, o acordo foi rubricado pelo ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane. Pietro Toigo assinou o instrumento pelo BAD, instituição da qual é representante no país.
O Projecto de Apoio ao Desenvolvimento de Habilidades para a Agricultura e Indústria visa permitir que nos próximos cinco anos sejam criadas condições infra-estruturais, materiais, tecnológicas e técnicas que concorram para a criação de capacidade de formação, pela Universidade Lúrio, de quadros para aqueles sectores, com elevado padrão de qualidade.
Relativamente ao Projecto de Recuperação da Seca e Resiliência Agrícola, da responsabilidade do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), pretende-se que contribua para o fortalecimento da capacidade das comunidades rurais para enfrentar as mudanças climáticas.
Outro objectivo é combater a pobreza rural, insegurança alimentar e degradação da terra, através da provisão de infra-estruturas de água, que permitirão melhorar a produção alimentar nas comunidades afectadas pelas calamidades.
Falando na ocasião, o ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane, disse que os projectos em apreço se fundam nas relações de amizade e cooperação económica multilateral entre Moçambique e o BAD, ao abrigo das quais esta instituição tem prestado apoio a sectores como agricultura, transportes, energia, educação e outros.
“Asseguramos uma gestão criteriosa dos recursos concedidos ao Governo, na perspectiva de lograrmos os resultados esperados pela nossa população, tendo em vista o desenvolvimento do país”, garantiu Maleiane.
Segundo o governante, a mobilização de recursos para suprir as necessidades financeiras para o desenvolvimento de infra-estruturas de produção e distribuição de energia, transportes, comunicação, abastecimento de água e saneamento é o principal desafio que se coloca ao Executivo.
Por seu turno, Pietro Toigo, representante do BAD, disse que o compromisso da sua instituição para os próximos cinco anos poderá centrar-se no sector agrícola, dado o seu potencial para aumentar o rendimento da população mais pobre e contribuir para a criação de emprego.
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Jornal Notícias, Quinta-feira, 22 de Fevereiro de 2018