Financiamento à agricultura junta Governo e privados

MINISTÉRIO da Agricultura e Segurança Alimentar (MASA) e a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) estão a estudar mecanismos de financiamento do sector da agricultura no país pelos bancos comerciais.
A informação foi avançada há dias em Maputo por Higino Francisco de Marrule, ministro da Agricultura e Segurança Alimentar, no final de uma visita à sede da CTA, onde manteve um encontro com o Conselho Directivo alargado a alguns pelouros.
Segundo Higino Marrule, o financiamento do sector da agricultura é um dos temas que serão recorrentes, tendo em conta a difícil situação em que o país se encontra, aliada às altas taxas de juros praticadas pelos bancos comerciais.
Esta foi a primeira visita à CTA, um dos parceiros do Governo no combate à pobreza e criação de riqueza no país, daí a importância de ouvir de perto os desafios que esta instituição enfrenta para que, em conjunto, se busquem soluções, sobretudo para o sector do agro-negócio.
Sobre a assistência técnica aos produtores, o ministro da Agricultura e Segurança Alimentar observou que este trabalho tem sido assegurado pelo Governo e pelo sector privado, através da rede de extensão, que na última campanha agrícola beneficiou mais 600 mil produtores no país.
Por sua vez, Arnaldo Ribeiro, representante da CTA, disse que a abordagem do MASA tem o mérito de promover a cadeia de valor, o que permitirá que se saia do paradigma de produzir sem se saber o que fazer com a produção.
“Ele (o ministro da agricultura) tem o pensamento de que primeiro é preciso olhar para o mercado e depois produzir aquilo que o mercado quer. Isso é fundamental”, defendeu Ribeiro.
Acrescentou que uma das ideias discutidas com o titular do pelouro tem a ver com a necessidade de permitir que o financiamento possa fluir, tornando possível a transacção dos DUAT (Direito do Uso e Aproveitamento de Terra).
O encontro abordou também a questão da sanidade animal e vegetal, o que passa pela protecção do país contra as doenças, uma vez que nos últimos anos houve penetração de várias doenças. Como exemplo, a fonte apontou a tuberculose no gado bovino, que afecta directamente na qualidade da carne produzida.
“O ministro tem noção de que o desenvolvimento da agricultura não depende apenas de questões técnicas, mas também de todo um conjunto de medidas que o ministério, juntamente com o sector privado, tem que tomar, removendo os obstáculos, na perspectiva de cadeia de valor, uma política aduaneira que seja favorável à produção nacional, assim como taxas de juros favoráveis à actividade”, afirmou Ribeiro.

In “Jornal Notícias”

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