Publicado no Jornal Notícias, 24/11/2020
AS albufeiras dos Pequenos Libombos, Corumana e Massingir estão com níveis críticos de armazenamento de água, situação que ameaça a disponibilidade do recurso e obriga à adopção de medidas de conservação e uso racional.
O Boletim Hidrológico da Administração Regional de Águas do Sul (ARA-Sul) revela, a título de exemplo, que os níveis de enchimento das barragens que garantem a provisão de água à Região Metropolitana de Maputo encontram-se abaixo de 30 por cento.
De acordo com o documento, os Pequenos Libombos, Corumana e Massingir registaram, nos últimos dias, uma ligeira redução no volume de enchimento, estando situado abaixo de 41por cento.
O prognóstico da época chuvosa 2020/2021 aponta para a ocorrência de chuvas normais com tendência para acima do normal entre Outubro e Dezembro, na região sul. O cenário inverte-se na segunda metade, em que se prevê chuvas normais com tendência para abaixo do normal.
A chefe dos Serviços de Recursos Hídricos no Departamento Técnico da ARA-Sul, Lizete Dias, refere que a fraca pluviosidade registada nos primeiros meses da presente época chuvosa poderá comprometer a disponibilidade da água na barragem dos Pequenos Libombos.
“Estamos a fazer uma gestão racional e disponibilizámos água a 100 por cento nas cidades de Maputo, Matola e Vila de Boane e 30 por cento para agricultura. É verdade que ficamos preocupados porque os níveis estão a baixar muito, situando-se em 20 por cento de armazenamento na albufeira”, acrescentou Dias.
Explicou que as barragens foram desenhadas para armazenar e garantir água por três anos consecutivos sem chuva. Entretanto, a zona sul regista fraca pluviosidade pelo sexto ano consecutivo, não permitindo o seu armazenamento pleno.
“Para além da seca, o Grande Maputo está com uma demanda muito elevada de utentes, levando ao colapso do sistema de abastecimento. Pensamos que vale a pena tomar precauções porque os níveis de água na barragem dos Pequenos Libombos estão a reduzir de forma significativa”, recomendou.
Realçou que a operacionalização do fornecimento de água, a partir de Corumana, está refém da conclusão das obras de construção da Estação de Tratamento (ETA).