VALE DO LIMPOPO VOLTA A TER VIDA PRÓPRIA E…: Moçambique pode deixar de importar arroz

Daqui a dois anos, Moçambique poderá deixar de importar arroz e, por essa via, irá poupar cerca de 200 milhões de dólares anuais, graças a uma nova abordagem que o Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural (MADER) está a implementar no Vale do Limpopo.
As sementes para o alcance desta nova e ousada meta foram lançadas na semana passada num encontro que o ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Celso Correia, manteve com os diferentes intervenientes da cadeia de produção de cereais e hortícolas da província de Gaza, no qual lançou o Plano Estratégico de Desenvolvimento do Vale do Limpopo.
Tal plano assenta em dois pressupostos principais que são o investimento de 600 milhões de Meticais para o arranque de um programa de desenvolvimento daquele vale e a sua transformação na primeira zona económica especial do país, como forma de atrair investimentos privados que respeitem a integração da comunidade local.
Com estas duas medidas, o Governo, através do MADER, acredita que, em dois anos, o Vale do Limpopo vai sair do marasmo em que se encontra há décadas e que coloca os cerca de 22 mil camponeses que dele dependem numa incompreensível condição de pobreza.
Aliás, Celso Correia fez questão de afirmar que “o Vale do Limpopo é um ‘monstro adormecido’ que será acordado com a nossa principal cultura, a cultura de trabalho” e isso faz todo o sentido porque quem chega pela primeira vez aos distritos que compõem o Vale do Limpopo se espanta com tamanha disponibilidade de terra fértil, banhada pelo permanente rio Limpopo, milhares de jovens no desemprego, lojas pejadas de produtos agrícolas importados, incluindo cereais e hortícolas. Puro contra-senso.
Pior do que isso, é ficar a saber que nos últimos anos o Estado e agentes económicos privados investiram vários milhões de dólares na implantação e reactivação de agro- -indústrias (processadoras de arroz, milho, hortícolas e carnes vermelhas) que sucumbem no tempo, entregues a “Deus dará”, porque a cadeia de produção não engrena…(JD)

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