Moçambique investe na produção local de vacina para imunização em grupo do gado bovino e pretende erradicar a raiva

Iniciou a imunização de bovinos em Moçambique, o compromisso é este ano imunizar 80% por cento das 2,2 milhões de cabeça de gado existentes em Moçambique. “Cerca de 88 por cento das vacinas passaram a ser produzidas ao nível nacional” revelou o ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Celso Correia, que neste sábado (10/04) aplicou a primeira vacina da campanha no Posto Administrativo de Changalane, na Província de Maputo, onde anunciou que o país pretende erradicar a raiva até 2030.

Gratuita para os proprietários dos animais a campanha de vacinação 2020 / 2021 está orçada em cerca de 600 milhões de meticais e, para além de assegurar a saúde do gabo bovino e caprino, aves, cães e gatos, a visa proteger a transmissão de algumas maleitas ao ser humano.

Para o efeito o Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural pretende imunizar em todo o país 2.223.757 animais contra o Carbúnculo Hemáticos, 733.757 contra o Carbúnculo Sintomático, 228.239 contra a Brucelose, 1.109.412 contra a Febre Aftosa. As autoridades sanitárias da Agricultura estão também preparadas, caso ecloda algum surto, para vacinar 184.602 bovinos contra Dermatose Nodular.

“O grande destaque desta campanha vai para cerca de 88% por cento das vacinas passarem a ser produzidas ao nível nacional, pelo Instituto de Investigação Agrária, que marca um aumento de produção de vacinas de cerca de 22 milhões no ano passado para 40 milhões este ano”, assinalou Celso Correia que lembrou que a Região Austral de África dependia do Botswana para obter a vacina contra a Febre Aftosa, por isso é necessário “trabalhar para ganhar maior autonomia e independência e conseguir ter um plano de desenvolvimento sustentável e não depender do fornecimento de terceiros”.

O governante declarou que “ao longo das últimas décadas não foi possível, por razões de vária ordem, atingir a marca de 80 por cento de cobertura de vacinação, que nos confere a imunização de grupo que definimos como objectivo, queremos aqui assumir esse compromisso de este ano, nesta campanha, atingir essa cobertura de 80 por cento”.

“Atingir esta meta é colocar Moçambique no patamar de biossegurança alimentar mais alto e referência ao nível global, permitindo a produção nacional de proteína animal importante para a nutrição de todos os moçambicanos” enfatizou o titular da Agricultura e Desenvolvimento Rural.

O governante alertou sobre as consequências da eclosão de surtos da Febre aftosa, Carbúnculo Hemático ou do Carbúnculo sintomático “a redução do efectivo de gado bovino (…) em alguns casos quando estas doenças surgem a perda é de 100 por cento do efectivo”.

“Em segundo lugar, e de acordo com os nossos compromissos globais, Moçambique é signatário da Organização Mundial da Saúde e do Comércio, nós em caso de eclosão da Febre Aftosa ou de alguma destas doenças teríamos que suspender até superarmos as crises a exportação de produtos agrícolas com graves consequências económicas, desde prejuízos às empresas e consequente desemprego, e poderíamos até ter uma erosão da exportação agrícola que tem crescido, estamos a falar de cerca de 350 milhões de dólares. Em terceiro lugar o consumo de carne de animal com Carbúnculo hemático poderia afectar os humanos até a perda da sua vida” declarou o ministro.

“500 touros e 2.200 bodes para subir o peso da carcaça melhorando as espécies”

Correia chamou ainda atenção que “no caso das galinhas a vacinação vai incidir contra a doença de Newcastle, Moçambique tem 22 milhões de galinhas que conferem renda a milhares de famílias, a contaminação também causa perda de 100 por cento do efectivo e o consumo de galinhas contaminadas traz problemas de saúde graves, nomeadamente gastrite”.

“Ainda este ano queremos assegurar a subida dos banhos do gado bovino de uma media 10 para 14 no combate a doença causada por carraças”, indicou o titular da Agricultura e Desenvolvimento Rural.

Confrontado com a incapacidade dos produtores familiares, que são a maioria no país, em conseguir colocar gado de qualidade no mercado, o governante tornou público que “dentro da política do Sustenta, de melhoria de espécies de gabo bovino e caprino, serão introduzidos 500 touros e 2.200 bodes com o objectivo de subir o peso da carcaça melhorando as espécies”.

Estes animais de raça melhorada serão distribuídos por todo país com primazia para as províncias com o maior número de animais: Gaza, Maputo, Inhambane e Tete. “Quem tem 10 ou 20 cabeças de gado poderá dirigir-se a um Centro de Tratamento, a um Tanque carracicida ou aos Pastos Comunitários onde encontrará um assistente em condições de fazer o cruzamento com o seu gado, a partir daí o acompanhamento dos nossos extensionistas será permanente para garantir que possa haver o desenvolvimento que se requer para a agricultura familiar”, explicou o governante que avisou “são os primeiros passou de uma abordagem nova que naturalmente vão precisar de algum tempo para se consolidar mas são necessários para quem quer desenvolver o sector”.

Celso Correia desafiou: “Queremos informar que neste momento o concurso esta no ar, é muito importante que todos os criadores tenham acesso a esta informação pois privilegiamos o fornecimento deste animais a nível nacional, mais uma oportunidade para os nossos produtores e que terá impacto na produção nacional, um apelo aos produtores nacionais para que se façam presentes para não sermos obrigados a ir buscar o que temos ao nível nacional lá fora”.

O ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural destacou ainda a necessidade dos moçambicanos aderirem a campanha de vacinação contra a raiva em cães e gatos, “em 2019 perdemos 79 vidas e em 2020 perdemos 49 (vidas), é inconcebível que essas vidas se percam por esta doença por isso o objectivo nacional de erradicar a raiva até 2030 é uma meta que podemos alcançar como país”.

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