A degradação dos solos em Moçambique é uma ameaça crescente à segurança alimentar e nutricionalno país, anunciou a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e aAgricultura (FAO), que defende soluções com urgência.
“São necessárias medidas urgentes para combater a poluição dos solos e conter as múltiplas ameaças que representa para a segurança alimentar”, referiu Laurinda Nobela, especialista nacional da FAO, numa mesa redonda realizada ontem, em Maputo, alusiva ao Dia Mundial dos Solos, que se assinalou na quarta-feira.
O Plano Estratégico para o Desenvolvimento do Sector Agrário (PEDSA 2010-2019) prevê uma quebra acentuada na fertilidade dos solos, ao mesmo tempo que a população urbana deverá subir de 35% para 45% em 2019.
Este cenário deverá fazer aumentar a procura por alimentos na próxima década, implicando um “aumento de áreas de cultivo e intensificação da agricultura, o que propicia ainda mais a degradação dos solos”, acrescentou.
“Perante esse cenário, torna-se necessário o uso de práticas sustentáveis, tais como diversificação de culturas, agroecologia, cobertura do solo, reflorestamento, entre outras”, destacou Laurinda Nobela, citada pela AIM.
A especialista acrescentou que, “para o caso específico de Moçambique, a ação humana e as mudanças climáticas constituem-se as principais ameaças à qualidade dos solos, que são, maioritariamente, afectados pela erosão hídrica”.
Moçambique é um dos países onde a FAO tem implementado formação de técnicos e agricultores acerca de práticas sustentáveis de uso da terra.
Segundo estimativas das Nações Unidas, cerca de um terço dos solos do planeta estão degradados e o problema está entre as razões que já levaram mais de dez milhões de pessoas a abandonar os seus locais de origem.