Cinco pragas ameaçam produção agrícola em África

A lagarta do funil do milho, mosca da fruta, traça-do-tomateiro, necrose letal do milho e mal do Panamá são as cinco pragas que ameaçam a produção agrícola em África, devendo por isso merecer especial atenção por parte dos técnicos de sanidade vegetal do continente.
A informação foi partilhada há dias, em Maputo, pela investigadora da Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal da Universidade Eduardo Mondlane,Faura Canhanga, que falava na abertura de um treinamento para identificação da mosca da fruta, importância económica, maneio e avaliação do seu impacto na agricultura, dirigida a técnicos da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
Na ocasião, a investigadora afirmou que apesar dos esforços que o país tem empreendido para combater pragas, em particular a mosca da fruta, continua a sofrer restrições na exportação da manga e da banana, podendo apenas exportar a banana ainda verde.
Por sua vez, o director nacional de Agricultura e Silvicultura, Pedro Zucula, afirmou que para garantir a protecção de frutas e vegetais, o sector agrícola tem levado a cabo diversas iniciativas, tais como a realização de programas de monitoria, vigilância e controlo da mosca da fruta e capacitações de agentes da sanidade vegetal, de modo a assegurar a contenção da praga, evitando o seu alastramento.
Segundo o representante da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) no país, Hermani Coelho da Silva, os países da região devem reforçar a cooperação de modo a encontrar soluções inovadoras para os desafios que o sector agrícola enfrenta.
No caso da mosca da fruta, em particular a da espécie Bactrocera dorsalis, o interlocutor disse que esta está entre as mais importantes pragas de frutas e vegetais.
Anotou que, num passado recente, três espécies do género Bactrocera, nomeadamente, Bactrocera dorsalis (invadens), Bactrocera latifons (hendel) e Bactrocera Zonata (saunders) migraram para África.
Referiu que a praga foi detectada pela primeira vez no Quénia, em 2003, e em dois anos já tinha atingido, pelo menos, 27 países do continente, atacando uma grande variedade de culturas.
O treinamento regional de técnicos de sanidade vegetal da SADC foi organizado pela Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal da Universidade Eduardo Mondlane (FAEFUEM), em parceria com a FAO, com financiamento da União Europeia.

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