A certificação dos produtos agrícolas está a aumentar a confiança no consumidor, que é cada vez mais exigente, gerando, por essa via, ganhos no sector. Este é um dos desafios apontados pelo ministro da Agricultura e Segurança Alimentar, Higino de Marrule, em entrevista ao “Notícias”, no contexto do balanço dos quatro anos de governação do Presidente da República, Filipe Nyusi.
De Marrule diz que a certificação é uma oportunidade de ganho, quer para as empresas, quer para o produtor, para além de representar um aumento da exigência no que se refere a um fornecimento continuo e sustentável.
Segundo o governante, a produção dos cereais está a registar um crescimento médio de 7,5 por cento e foi alcançado um importante ganho que é reduzir as importações de frango em cerca de 70 por cento, situando-se actualmente em três mil toneladas, contra 20 mil toneladas num passado recente.
O crescimento no subsector do frango, actualmente com uma produção de 98 mil toneladas, demanda pelo aumento da produção de soja e de milho para alimentar as fabricas de ração.
“precisamos de aumentar a produção de soja em Manica, Zambézia, Sofala, Nampula e Niassa e, eventualmente, Cabo Delgado. Zambézia produz muito, no entanto, não fabrica ração. Temos que olhar para toda a cadeia”, indicou.
De Marrule aponta que apesar deste crescimento, não é estratégico e nem interessa fechar a importação deste produto.
De acordo com a fonte, é preciso começar a pensar nos grandes projectos que deverão consumir, á vontade, 40 mil frangos por dia e qualquer coisa como 60 mil ovos. “ O mercado esta ai e temos que engajar a juventude que deve olhar a agricultura como negocio”, indicou.
No entanto, nos últimos anos o país assistiu a uma redução na contratação dos produtores de tabaco, em resultado da tendência global de diminuição do consumo.
As empresas fomentadoras estão agora a apostar noutras culturas como milho e feijões, que podem gerar renda, porque entram na cadeia de produção de rações.
“temos estado a presentar atenção na melhoria da assistência técnica aos produtores para que possamos passar 700 a 800 quilos de milho, por hectare, para 1200 e o produtor vai ter melhor remuneração, sendo um mercado estável onde pode depositar confiança”, disse.
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