O Secretário de Estado do Mar e Pescas, Momade Juízo, dirigiu esta segunda-feira, 13, na cidade de Nampula, a abertura do primeiro seminário regional de divulgação da Política e Estratégia de Segurança Alimentar e Nutricional (PESAN 2024–2030).
O evento marca o início do processo nacional de divulgação do instrumento, que orienta o país na promoção de uma abordagem multissectorial para o combate à desnutrição crónica, com o envolvimento activo do Governo, parceiros de cooperação e sociedade civil.
Na ocasião, Momade Juízo explicou que a PESAN 2024–2030 foi aprovada pelo Conselho de Ministros em Agosto de 2024 e oficialmente lançada no início deste ano. Trata-se, segundo o dirigente, de um instrumento operativo que reforça a coordenação entre sectores para melhorar o acesso das famílias a alimentos seguros, nutritivos e em quantidade adequada.
O Secretário de Estado destacou que a escolha da região norte para o arranque da divulgação não foi por acaso, uma vez que as províncias de Nampula, Cabo Delgado e Niassa registam as mais altas taxas de desnutrição crónica do país — 47%, 45% e 36%, respectivamente —, apesar de serem também as mais produtivas em termos agrícolas.
“Este paradoxo desafia o Governo a reforçar a coordenação e acelerar as acções de combate à desnutrição, colocando no centro das atenções a mulher em idade reprodutiva, a mãe grávida, a mulher lactante e a criança até aos dois anos de idade”.
O governante exortou os participantes a aproveitarem o encontro como uma oportunidade prática para reforçar o comprometimento político e para dotar os tomadores de decisão de ferramentas eficazes de planeamento e implementação de ações nos níveis regional, provincial, distrital e local.
“Aos governos locais compete liderar a governação da segurança alimentar, envolvendo todos os sectores, assegurando recursos, aprovando planos e promovendo a monitoria multissetorial”, explicou.
Por seu turno, o Governador de Nampula, Eduardo Mariano Abdula, exigiu soluções imediatas e práticas para inverter o quadro sombrio da desnutrição crónica na província, que afecta 46,7% da população.
“Hoje, mais do que falar de estratégias e planos, precisamos agir com coragem e determinação. Temos de trabalhar em acções e na resolução concreta dos problemas alimentares do nosso povo”, defendeu o governador. Contudo, o dirigente reconheceu que a segurança alimentar e nutricional exige acções coordenadas, integradas e sustentáveis, e que o futuro do país depende da capacidade colectiva de transformar as políticas em resultados reais.
O encontro de Nampula contou com a participação de administradores das três províncias do norte, directores distritais, membros do Conselho Consultivo do MAAP, representantes de municípios, instituições académicas e associações, que debateram as melhores estratégias de intervenção no domínio da segurança alimentar e nutricional.
