MOÇAMBIQUE DEFENDE GESTÃO FLORESTAL SUSTENTÁVEL NAS TERRAS ÁRIDAS

O Ministério da Agricultura, Ambiente e Pescas defende a gestão florestal sustentável nas terras áridas, com enfoque na conservação e no uso racional dos recursos, de forma a assegurar benefícios económicos, sociais e ambientais para as comunidades.

Segundo o Secretário de Estado da Terra e Ambiente, Gustavo Dgedge, que falava na abertura do III Workshop Regional do Programa de Impacto em Paisagens Sustentáveis de Terras Áridas (DSL-IP) do GEF-7, realizado esta segunda-feira (29), é necessário adoptar técnicas de maneio adequadas a ecossistemas frágeis em ambientes secos.

Entre as práticas recomendadas estão o plantio de espécies resistentes à seca, a conservação da água, o combate à erosão e o envolvimento activo das comunidades locais. “Este seminário constitui uma resposta colectiva à desertificação e uma oportunidade de passar do diagnóstico à acção coordenada e concreta”, sublinhou Dgedge.

O Protocolo da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) sobre Florestas, em vigor desde 2009, é apontado como um instrumento fundamental, servindo de modelo regional para a gestão sustentável, conservação e desenvolvimento florestal.

Dgedge destacou que a conservação da biodiversidade só terá sucesso com acções conjuntas a nível regional, aliadas à agricultura sustentável, à gestão comunitária e à participação efectiva de mulheres e jovens.

Moçambique reafirmou, no encontro, o seu compromisso com a implementação da Declaração de Maputo sobre a Gestão Sustentável das Florestas de Miombo, salientando que o artigo 14º do Protocolo da SADC sobre Florestas Transfronteiriças é determinante para esse processo.

“O futuro destas paisagens não pode ser assegurado de forma isolada por nenhum país. É necessário um esforço colectivo, com programas conjuntos para a gestão comunitária dos recursos partilhados”, afirmou o governante, destacando também a relevância da Iniciativa da Grande Muralha Verde para a região.

O Secretário de Estado acrescentou que é parte dos deveres dos Estados-membros da SADC restaurar os ecossistemas de miombo onde estão degradados, protegê-los onde permanecem intactos e fortalecê-los através de acções coordenadas, investimentos partilhados e solidariedade regional.

O Programa de Impacto em Paisagens Sustentáveis de Terras Áridas (DSL-IP), financiado pelo Fundo para o Meio Ambiente Mundial, foi apresentado como uma resposta multilateral aos desafios da desertificação.

Participaram do encontro cerca de 200 delegados provenientes do Malawi, Zimbábwe, Angola, África do Sul, Tanzânia e Namíbia.

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