O Ministro da Agricultura, Ambiente e Pescas, Roberto Mito Albino, testemunhou, esta sexta-feira, dia 19, a ceifa de 140 hectares de trigo no distrito de Chongoene, província de Gaza, no âmbito do segundo dia da sua visita de trabalho, inserida na preparação da Campanha Agrária 2025/26.
A campanha está a ser preparada à escala nacional, com enfoque no diagnóstico das condições reais para o aproveitamento máximo do potencial e dos recursos disponíveis, visando o aumento da produção e da produtividade, num ambiente favorável ao investimento privado.
Na área colhida, o rendimento atingiu três toneladas por hectare, resultado considerado satisfatório pela empresa Wambao, que prevê expandir a área de cultivo para mil hectares de trigo. A ambição é também alargar a produção para o distrito de Chókwè, através das culturas de trigo e arroz, com mil hectares próprios e outros 10 mil destinados ao fomento junto aos produtores locais.
Segundo o Ministro, esta projecção demonstra a existência de condições apropriadas para atrair mais investidores privados ao Regadio do Baixo Limpopo.
“Queremos ter uma entidade operativa que seja 100 por cento dedicada aos produtores desta região, através do investimento em nova maquinaria e da reabilitação do equipamento existente, com vista a aumentar a capacidade das unidades de gestão criadas”, destacou.
O governante reiterou a necessidade de trabalhar em conjunto para capitalizar os activos ociosos e colocar os moçambicanos a produzir e a gerar rendimento para “Alimentar Moçambique”.
Ainda em Gaza, Roberto Mito Albino reuniu-se com operadores económicos do sector agrícola, incentivando a criação de parcerias entre o sector privado e os produtores de pequena escala, de modo a dinamizar a produção.
“Vamos trabalhar juntos para que o mercado seja, de facto, abastecido prioritariamente por produtores moçambicanos, com recurso a parcerias onde não houver capacidade interna mas dando sempre primazia à proximidade com os actores-chave para ganhar a escala necessária”, sublinhou.
Relativamente à disponibilização de insumos agrícolas e pesqueiros, o governante esclareceu que o Estado deixará de adquirir sementes e materiais de pesca para distribuir aos produtores. Em alternativa, serão criadas linhas de crédito com taxas de juro bonificadas, destinadas a financiar a actividade produtiva, permitindo recuperar custos e gerar rendimento.
“É necessário criar uma linha de financiamento onde o produtor possa buscar recursos para adquirir os insumos e materiais de que necessita”, acrescentou.
O Ministro destacou igualmente aspectos inerentes à reforma da Lei de Terras, que prevê a anulação imediata dos títulos de Direito de Uso e Aproveitamento de Terra (DUATs) não utilizados. Explicou que a taxa de uso passará a ser considerada um imposto, o que permitirá execuções fiscais e a recuperação de áreas abandonadas, que serão disponibilizadas a quem efectivamente queira produzir.
“Ninguém deve ficar sem produzir comida por falta de terra”, frisou o governante.
Numa outra abordagem, sobre as intervenções no sector florestal, Roberto Albino anunciou a autorização temporária da exportação de madeira processada para este e o próximo ano.
Findo o período, a aposta será no processamento interno para estimular a produção nacional de bens de maior valor agregado. O dirigente informou ainda que está a ser estruturada uma linha de financiamento para apoiar carpintarias nacionais, condicionada ao reforço das acções de reflorestamento para a recuperação dos ecossistemas degradados.
No último dia da visita a Gaza, o dirigente escalou a empresa LianFeng, dedicada à produção de sementes e à cultura de arroz, que possui também uma unidade de processamento e fomento. A jornada incluiu igualmente a Nguluzane Agropecuária, Lda., referência na produção de leite de qualidade e no melhoramento genético de gado bovino e pequenos ruminantes. A farma apresenta uma produção média diária de 460 litros de leite e dispõe de animais melhorados e resistentes a doenças, fruto de um processo de inseminação artificial.
Participaram das visitas, Governadora da província de Gaza, membros do Conselho Consultivo do MAAP, Administradores de Chókwè e Chonguene, Presidente do Município de Xai-Xai, Director do Serviço Provincial de Actividades Económicas e Directora de Agricultura e Pescas de Gaza, Directores dos Serviços Distritais de Actividades Económicas, Operadores Económicos das Áreas do Sector, Produtores de pequena escala, Quadros do MAAP e técnicos de diferentes instituições públicas da província.