Produção Agrícola – Distrito de Larde torna-se auto-suficiente

A estratégia adoptada há cerca de três anos pelo governo do distrito de Larde, em Nampula, que consistiu na potenciação de alguns agricultores, através da concessão de financiamentos com recurso ao Fundo de Desenvolvimento Distrital, vulgo “sete milhões” e na sensibilização das comunidades sobre a importância de aumento das áreas de cultivo, já estão a reflectir-se no alcance da auto-suficiência alimentar.
Com efeito, o distrito de Larde consumou já a sua aspirada auto-suficiência alimentar mercê dos esforços coordenados entre o governo e a população com vista ao aumento das capacidades de produção e produtividade. Quando Larde foi elevado à categoria de distrito, os seus residentes dependiam dos produtos adquiridos nos distritos de Mogincual, Malema, Ribáuè, entre outras regiões da província de Nampula. Contudo, o governo distrital instalado a 30 de Maio de 2014,estabeleceu, nessa altura, entre as preocupações prioritárias, a inversão do constrangedor cenário de dependência. E, em consequência, potenciou alguns agricultores através de financiamentos provenientes do Fundo de Desenvolvimento Distrital, vulgo “sete milhões”. Igualmente, foram multiplicadas as mensagens de sensibilização às comunidades para o seu redobrado empenhamento no incremento das áreas de cultivo para acabar com a dependência alimentar. Os resultados dessas acções começaram a surgir a partir da campanha agrária de 2015, em que a população assumiu com determinação e responsabilidade a iniciativa presidencial para o aumento da produção e da produtividade. “Agora conseguimos a nossa auto-sustentação. O segredo para o efeito assentou no estreito cumprimento da orientação presidencial atinente ao incremento da produção, através da entrega de toda a população, para além de, no âmbito do FDD, termos potenciado os agricultores, que, actualmente, dispõem de vastos campos com áreas que variam entre 15 a 20 hectares”, revelou Brugi Rupia, administrador do distrito de Larde. O governante afirmou que, localmente, começam, já a escassear capacidades de consumo dos excedentes produzidos e, por isso, os camponeses estão a vender parte dos produtos à população das regiões circunvizinhas. No passado, um saco de mandioca – alimento básico na região – já custou entre 900 a 1000 meticais no mercado local, alegadamente porque provinha longe do distrito. Contudo, agora a mesma quantidade é comprada a um valor que varia entre 100 a 150 meticais. “Os preços baixaram porque temos agricultores que conservam elevadas quantidades de produtos diversos nos seus celeiros. Por exemplo, o senhor Adriano, uma das pessoas potenciadas para a criação de condições de auto- sustentabilidade, tem armazenadas mais de 40 toneladas de milho. ”, referiu Rupia. Do ponto de vista de potencialidades, o distrito dispõe de uma área estimada em 128 mil hectares de terra arável para a prática da agricultura, mas só consegue explorar 25 mil hectares, com uma capacidade de produção instalada de 178 toneladas de produtos diversos. De acordo com Brugi Rupia, o distrito de Larde está a empreender esforços para “atacar” toda a cadeia dos produtos alimentares. A região é potencial produtora de arroz, mas, na campanha agrícola, registou a perda de 50 hectares lavrados de arroz por razões de diversa natureza. Contudo, na presente época a mencionada área foi recuperada e acrescida de 120 hectares, perfazendo um total de 170 hectares lavrados. Uma das intenções do governo distrital é harmonizar o consumo e as capacidades de captura de produtos pesqueiros, devido ao facto da pesca de arrasto prevalecer entre os procedimentos utilizados pelos pescadores que embargam a sustentabilidade da actividade. Entretanto, está a começar a implementar-se a prática da pesca ao mar aberto, tendo, para o efeito, segundo apuramos, o distrito recebido dois motores ,os quais foram já alocados aos pescadores.

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