O Ministro da Agricultura, Ambiente e Pescas alertou que o crescimento da pesca artesanal não pode ocorrer “à custa do desenvolvimento dos outros subsectores”, defendendo, por isso, a capacitação dos pescadores e a modernização dos meios de produção, de modo a permitir a operação em águas mais profundas e, consequentemente, reduzir a pressão sobre os mangais e as zonas costeiras.
O subsector industrial aponta, entre as principais causas da queda do rendimento na pesca, o crescimento desordenado da pesca artesanal, a fraca capacidade de controlo e fiscalização, a proliferação de embarcações sem licença, bem como a exploração de areias pesadas ao longo da costa.
Roberto Mito Albino falava no dia 21 de Novembro de 2025, na cidade da Beira, província de Sofala, por ocasião da celebração do Dia Mundial da Pesca, que se assinala esta sexta-feira, sob o lema: “Pesca e aquacultura sustentáveis, base para o aumento da produção e produtividade pesqueira”.
Na ocasião, o governante garantiu a implementação de um novo projecto de desenvolvimento das cadeias de valor dos produtos da cesta básica, incluindo os recursos pesqueiros, com vista à modernização do subsector da pesca artesanal, ao reforço do combate à pesca ilegal, à promoção de práticas sustentáveis e ao incremento do rendimento das famílias.
Por sua vez, o Governador de Sofala, Lourenço Bulha, referiu que é preocupação do Governo, a todos os níveis, combater a pesca ilegal, garantir o cumprimento integral do período de veda, assegurar a protecção da costa, bem como implementar acções que contribuam para a erradicação de artes nocivas à actividade pesqueira no país, em geral, e em Sofala, em particular.
“Todos devemos implementar uma nova visão sobre a pesca, que responda às novas ameaças à vida marinha e às águas interiores, face às evidências da redução do “stock” do pescado, ao aumento da procura de alimentos aquáticos, à degradação do meio ambiente e às mudanças climáticas, que aceleram os danos, sobretudo nas zonas costeiras”, sublinhou Bulha.
Ainda no âmbito das celebrações, o Ministro efectuou visitas a empreendimentos privados dedicados à produção aquícola, tendo recomendado às entidades responsáveis pela área da aquacultura o reforço da assistência técnica e financeira, com vista ao aumento da escala de produção e à consolidação da actividade como um verdadeiro negócio rentável e sustentável, que contribua para “Alimentar Moçambique”.
