O Ministro da Agricultura, Ambiente e Pescas, Roberto Mito Albino, defende a necessidade de reforçar a investigação agrária como base para o aumento da produção e da produtividade nas áreas de agricultura, pecuária e pescas, com vista à conquista da tão almejada soberania alimentar do país.
O dirigente falava, esta sexta-feira, 24 de Outubro, durante uma visita de trabalho ao Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM), no âmbito do périplo de acompanhamento dos projectos e das actividades das instituições subordinadas ao sector que dirige.
Na Direcção de Ciências Animais, ponto de partida da visita, o governante destacou o trabalho desenvolvido nas três dimensões fundamentais: sanidade animal, melhoramento genético e controlo de qualidade. Sublinhou que o Ministério da Agricultura, Ambiente e Pescas (MAAP) desempenha um papel crucial neste domínio, frisando que “se o Ministério não fizer devidamente o seu trabalho, ninguém o fará por ele”.
O Ministro abordou os factores que afectam a produção e a qualidade da semente de primeira geração, designadamente a falta de investimento em sistemas de rega, maquinaria apropriada e câmaras frias, entre outros. Actualmente, a média anual de produção de semente da primeira geração é de cerca de 185 toneladas, quantidade considerada reduzida para materializar a visão do Governo de incrementar a produtividade agrícola nacional.
O dirigente ressaltou que a investigação agrária deve ser o motor do desenvolvimento e da soberania alimentar, tendo orientado o IIAM a concluir o seu regulamento interno num prazo de uma semana. O referido instrumento permitirá o bom funcionamento da instituição, a operacionalização dos planos sectoriais, a nomeação de quadros, a alocação de recursos humanos e financeiros, bem como conferir maior autonomia ao IIAM. O plano em causa deverá abranger, no mínimo, dois ciclos agrícolas, garantindo a continuidade e a sustentabilidade das acções de investigação.
Roberto Albino apelou aos gestores de projectos e parceiros de cooperação para que priorizem as actividades nucleares do MAAP, de modo a alcançar o reconhecimento internacional, sublinhando a necessidade de maior eficiência nas acções. “O MAAP, através dos laboratórios do IIAM, deve realizar diagnósticos que assegurem a saúde animal e a qualidade dos alimentos”, enfatizou.
O Ministro desafiou ainda os investigadores do IIAM a pensarem “fora da caixa”, de modo a fazer face aos desafios da instituição. Exortou igualmente o IIAM a rever e aprimorar o seu plano de trabalho, avaliando os recursos humanos e financeiros disponíveis, bem como as necessidades prioritárias nos domínios da produção de vacinas, do melhoramento genético e do desenvolvimento de raças animais. Enfatizou que o referido plano deve ser elaborado em função dos objectivos estratégicos do sector, reflectindo acções concretas orientadas para o alcance da soberania alimentar no país.
“O IIAM deve passar de museu para um centro de excelência internacional na investigação agrária”. A mensagem do Ministro reflecte a clareza da abordagem que o MAAP tem relativamente à área de investigação agrária, considerada o alicerce para o aumento da produção e da produtividade no país.
