O Ministro da Agricultura, Ambiente e Pescas, Roberto Mito Albino, defendeu esta quinta-feira, 23 de Outubro, a necessidade de fortalecer a indústria do caju como forma de criar mais postos de trabalho para jovens e mulheres.
O governante falava durante um encontro com os actores da cadeia de valor das amêndoas, que tinha como objectivo acordar com os principais intervenientes o Programa de Desenvolvimento da Cadeia de Valor do Caju 2025–2034, incluindo a reforma dos mecanismos de implementação em prol do fortalecimento da indústria.
O programa, orçado em pouco mais de 374 milhões de dólares, será implementado em todo o país com a excepção da cidade de Maputo. A finalidade é promover o desenvolvimento sustentável e competitivo da cadeia de valor do caju, fortalecendo a investigação, fomento, extensão, comercialização e processamento, de forma a contribuir para o aumento da produção e renda dos produtores e gerar oportunidades de emprego.
Com a implementação do programa, o sector pretende incrementar os níveis de produção dos actuais 158 mil para mais de 689 mil toneladas, a capacidade de assistência de 230 mil para mais de 600 mil produtores, de processamento de 40 mil para mais de 482 mil toneladas e consolidar o processo de digitalização do sector em curso.
Na ocasião, Roberto Albino sublinhou que o Estado deve centrar-se na criação de um ambiente favorável aos negócios, através de políticas que impulsionem o rápido desenvolvimento empresarial. “Os intervenientes da cadeia de valor das amêndoas devem dizer o que querem que o Governo faça, para que o ambiente de negócio possa fluir de modo a gerar riqueza para o país”, afirmou.
O Ministro explicou aos presentes que a reunião propunha-se igualmente a encontrar formas de fomentar alianças entre os actores, beneficiando tanto os produtores como os industriais e exportadores, contribuindo assim para o desenvolvimento do país. “Temos que colher experiências de outros países produtores da castanha de caju”, referiu.
O dirigente defendeu que industrializar o caju significa gerar mais postos de emprego para jovens e mulheres. “Pretendemos fazer com que a indústria do caju funcione sem grandes intervenções do Estado”, afirmou, acrescentando que uma das grandes reformas a implementar será a privatização da produção de mudas e da gestão de viveiros.
O titular da pasta da Agricultura destacou que, para aumentar os rendimentos da castanha de caju, é fundamental encarar toda a cadeia como um negócio. Diante dos desafios que a indústria enfrenta, a solução passa pelo processamento integral da castanha no país. Nesse contexto, o Governo vai promover um encontro com as indústrias para definir mecanismos que incentivem o investimento interno e fortaleçam o sector.
“Se todos os intervenientes da cadeia de valor estiverem coesos, podemos encontrar novos mercados que paguem os melhores preços pela nossa castanha de caju, de modo a promover a indústria nacional”, defendeu Roberto Albino.
O governante sublinhou que o desenvolvimento da cadeia de valor das amêndoas é relevante tanto para a economia como para o sustento das famílias moçambicanas e produtoras desta cultura de rendimento. “Porque a castanha de caju é um produto de coesão social e de promoção da segurança alimentar e nutricional, encorajamos que seja introduzida nos programas de alimentação escolar e nas receitas nos nossos restaurantes”, concluiu.
Participaram no evento os intervenientes da cadeia de valor das amêndoas (produtores, processadores, exportadores, comerciantes, provedores de serviços, investigadores e académicos), quadros seniores dos Ministérios da Agricultura, Ambiente e Pescas; da Economia; Autoridade Tributária de Moçambique, entre outros.