De 12 a 15 de Agosto, Matutuine, na província de Maputo, tornou-se o centro das decisões estratégicas sobre florestas em Moçambique, ao acolher o Workshop de Harmonização Multissectorial e Aprimoramento da Estratégia de Economia Florestal. A abertura foi conduzida pelo Secretário de Estado da Terra e Ambiente, Gustavo Dgedge, que destacou o papel crítico do evento na consolidação de ações integradas contra o desmatamento e a degradação ambiental.
Na sua intervenção Dgedge sublinhou que a estratégia nacional tem um horizonte de 10 anos e visa reforçar a governação florestal, combater a exploração ilegal de recursos, valorizar a economia local e restaurar ecossistemas degradados. “O desmatamento é uma ameaça real e multifacetada, que compromete biodiversidade, clima e desenvolvimento sustentável. Enfrentá-lo exige esforço coordenado de todos os sectores”, afirmou o Secretário de Estado, reforçando a importância do envolvimento das comunidades.
O workshop abordou temas centrais, incluindo o Fundo Global do Ambiente (GEF) em Moçambique, a Estratégia Nacional de Financiamento Florestal 2025-2035 e o Programa de Economia Florestal (Pro-Forest). A ênfase foi dada à integração destas iniciativas nos planos multissectoriais, garantindo coerência e eficácia nas ações de preservação e no aproveitamento sustentável dos recursos florestais.
Como desdobramento das discussões, foi definido um orçamento de 105 mil milhões de meticais, destinado a reflorestar 52 mil hectares por ano até 2029, implementar contrabalanços de biodiversidade e desenvolver medidas específicas em diversos sectores. Entretanto para coordenar estas ações, foi constituído o Grupo Pro-Forest, responsável por harmonizar o programa, incorporar recomendações do workshop e assegurar a participação activa das comunidades, além de promover soluções inovadoras, como a transição energética.
Os dados apresentados revelam que Moçambique perde anualmente cerca de 267 mil hectares de florestas, figurando entre os dez países com maiores taxas de desmatamento do mundo. O Secretário do Estado concluiu que, só um esforço conjunto entre governo, sociedade civil e parceiros internacionais permitirá alcançar resultados sustentáveis, destacando a urgência de implementar rapidamente as medidas discutidas e consolidar o compromisso nacional com a preservação ambiental.